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Unir para transformar



Nós somos seres sociáveis e crescemos através da interação com o outro.


É através da convivência que vamos descobrindo nossos limites, nossos pontos de melhoria e nossas forças.


Mas a competitividade, a comparação, e a expectativa da perfeição contribuem para que nos isolemos nas nossas dificuldades. Temendo que compartilhar uma “fraqueza” nos diminua.


A vulnerabilidade causa arrepios em grande parte da população porque vem acompanhada do medo de não ser mais aceito, de perder o valor, o respeito ou o amor.


E não é à toa que o maior arrependimento no leito de morte é não ter feito o que queria mas o que os outros esperavam. Nós estamos vivendo uma era em que temos medo de sermos quem somos.


Logo ao nascer vamos sendo apresentados a várias caixas diferentes em que temos que caber. Crescemos nos esforçando para nos diminuirmos ou dilatarmos conforme o esperado no momento.


Muitas vezes já nem sabemos qual é o nosso formato e que é possível sair da caixa.


Quem sou? Para que estou aqui? São perguntas relacionadas a nossa espiritualidade. A nossa dimensão que busca sentido.


Porém numa sociedade doente biopsicosocioemocionalmente, se torna ainda mais difícil acessar a dimensão espiritual e se conectar consigo mesmo e com o transcendente para encontrar as respostas.


Como então reverter essa tendência?


Abordagens em grupo podem ser extremamente eficazes nesse sentido.


Uma das grandes potências de um grupo é o poder do “eu também”. Você descobre que aquele sentimento que você tá tentando esconder, mas que teima em escapulir, não é só seu. Você descobre que você não é o único que lida com aquilo diariamente, e por mais que possa parecer bobo, o “eu também” alivia o peito, e nos ajuda a reconhecer nossa humanidade compartilhada.


Quando alguém fala de si e compartilha algo, é natural de perguntar “será que eu faço isso também?”, assim chegamos a reflexões que não faríamos sozinhos.


As pessoas também podem compartilhar estratégias que foram úteis para elas, e que podem ampliar nosso repertório de ação.


Na minha experiência pessoal participando e conduzindo grupos, percebi a potência de ser vulnerável. Quando alguém se expunha, assim, de alma nua mesmo, ao invés de julgar, eu admirava. Admirava a coragem da pessoa dizer o que eu tentava esconder a qualquer custo. Admirava que o que eu sentia por ela não mudava. E isso foi meu maior aprendizado nos grupos. Criar coragem de me expor, porque vulnerabilidade não quer dizer fracasso. Vendo que eu continuava amando o outro, mesmo com suas dificuldades, me ensinou que era possível me amar também mesmo com meus próprios desafios.


Ter um grupo onde podemos falar das nossas emoções, sentimentos, pensamentos sem medo, é criar uma mini sociedade funcionando de outra forma. E é um caminho para que essa forma de funcionar se expanda para a casa, trabalho e lazer dessas pessoas.


Mudando a gente, mudamos o mundo.


Transformar-se em grupo é muitas vezes mais leve e potente que transformar-se sozinho. É ter companhia e força para jornada quando sentimos a perna vacilar, é apoiar e inspirar quando nos sentimos fortes! É criar conexões mais saudáveis e positivas!


Grupos terapêuticos são comumente vistos como inferiores a terapias individuais ou como uma estratégia de economizar dinheiro. E de fato eles são mais econômicos, mas não são inferiores. São estratégias diferentes, amplamente potentes e que podem ser complementares. Eu diria que a potência de um grupo, é que o todo é maior que a soma das partes. Você vai além de onde iria sozinho.


Um grupo é uma mini sociedade. É elaborar uma nova forma de se relacionar consigo e com o mundo! É vencer desafios em um ambiente controlado para se fortalecer. É aprender a amar(-se), respeitar(-se), falar, ouvir e transformar-se. Afinal se somos seres sociáveis, não seria a forma de encontrar nossa cura, nossas respostas e sentido, justamente no convívio com o outro?



Você só vai saber conduzir um grupo, se tiver experiência participando de um!


Te convido então para uma roda de terapia comunitária todas as segundas, às 18:30 no horário de Brasília:https://us02web.zoom.us/j/88081560624pwd=L1lIRkFYd1p3MnNReGpKdmIwVmlRUT09.


É gratuito! Quer receber essa graça que é de graça?


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Clara Corrêa Fernandes: formada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM) com graduação sanduíche na Universidade de Sydney (Austrália). Residência médica em Medicina de Família e Comunidade pelo Hospital Israelita Albert Einstein, e atualmente preceptora da residência de MFC na mesma instituição.

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